Apresentação
DOI:
https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v4.n2.99Resumo
É com alegria que a colocamos à disposição da comunidade acadêmica, mais um número da Revista Catarinense de Economia da Associação dos Pesquisadores em Economia Catarinense (APEC). Os artigos dedicam-se aos estudos sobre a economia internacional catarinense e brasileira, tema do XVI Encontro de Economia Catarinense que se realiza nos dias 15 a 17 de setembro do corrente ano.
O primeiro artigo “Inserção internacional e mudança estrutural da balança comercial catarinense nos anos 2000” de autoria de Adriano de Amarante, William J. Borges, Fenando Pozzobon e Daniel A. Souza tem como objetivo, analisar o comportamento das exportações e importações da economia estadual nas duas últimas décadas. Utiliza o método misto de análise, combinando elementos de análise quantitativa e qualitativa, em estudo de natureza exploratória. Recorre a dados disponíveis do comércio exterior em documentos dos Ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e da Economia, bem como fundamenta a análise no arcabouço teórico da escola institucionalista. Os principais resultados apontam para mudanças na estrutura, origens e destino dos itens da pauta das exportações e importações. Destaque para o crescimento dos valores comercializados com a China, tanto nas vendas como nas compras externas, evidenciando com isso a dependência da economia estadual do mercado asiático.
O segundo artigo “O apoio financeiro do BNDES em perspectiva histórica e o financiamento às exportações brasileiras e catarinenses para o período de 1995-2020” de autoria de André S. Redivo busca identificar as características e as fases de atuação do Banco e apresentar o apoio financeiro para exportações brasileiras e catarinense. Utiliza, para referências bibliográficas que tratam o desenvolvimento sob perspectiva história e base de dados e relatórios de atividades da própria instituição financeira. Os resultados, apontam, no primeiro plano, execução distinta das atividades banco nos períodos - 1990 a 2002, 203 a 2014 e 2015 a 2020 -, em linha com a orientação da política econômica. E, no segundo plano, os dados mostram crescimento dos desembolsos para exportação com o propósito de aumentar a participação das empresas no comércio exterior e melhorar a balança de transações correntes. O apoio dado pelo Banco à economia brasileira, segue padrão semelhante ao fornecido à economia catarinense.
O terceiro artigo “A inserção externa da indústria brasileira e catarinense entre 1994 e 2017” de autoria de Hermano Caixeta Ibrahim e Leonel Toshio Clemente tem como propósito analisar a trajetória da indústria nacional e catarinense, a partir dos resultados da balança comercial das manufaturas segundo o coeficiente de intensidade tecnológica. Fundamenta o estudo na abordagem teórica estruturalista cepalina. Nesse sentido, recorre a dados de fonte internacional como da UCTAD-STAT e nacional do IPEADATA. Os resultados apontam que no período de crescimento econômico do Brasil e de Santa Catarina registra-se melhor desempenho nos setores produtivos de média intensidade tecnológica. No período de recessão econômica, o déficit comercial manufatureiro eleva-se, devido as importações de bens de maior conteúdo tecnológico. O artigo aponta a necessidade de formulação de política industrial, que leve em pauta setores de médio conteúdo tecnológico que se mostram mais dinâmicos ao longo do tempo.
O quarto artigo “Direitos de propriedade intelectual e comércio exterior de serviços no Brasil no período de 2014 a 2018” de autoria de Araken A. Lima, Alisson L. Lessak, Alejandro K. Arrabal, Mauro C. V. Luz e Bruna L. Gonçalves tem o propósito de discutir o comércio exterior de serviços no país, com foco nas operações de direito de propriedade intelectual, considerando cinco anos, 2014 a 2018. Para tanto, recorre a duas bases de dados, a presente no Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio e no Balanço de Pagamentos. Os resultados apontam a baixa performance dos direitos de propriedade no âmbito do comércio exterior de serviços no Brasil. A razão apresentada para tal performance deve-se baixa reação do sistema produtivo às políticas de ciência, tecnologia e inovação propagada pelo governo brasileiro e replicada pelos estados subnacionais. Tal resultado dificulta melhor inserção competitiva do país no mercado mundial. As várias leis – franquia empresarial, propriedade intelectual, cultivares, software e direitos autorais -, a política de inovação e o novo marco legal de ciência e inovação não promovem efeitos relevantes, sobretudo no que tange as transações sobre direito de propriedade intelectual.
O quinto artigo “Estado, desenvolvimento e panorama social na América Latina: análise de indicadores selecionados - Brasil, Argentina, Chile, México e Colômbia” de autoria de Silvio Freitas, Josiane S. Mendes e Henrique P. Campos tem o objetivo de fazer uma radiografia de indicadores sociais de cinco países, considerados maiores economias latino-americanas. Recorre a base de dados da CEPAL, que possui registros de 33 países membros. Os resultados apontam que a despeito da riqueza produzida, a desigualdade social impera nesses países. A riqueza é altamente concentrada em países, Brasil e Chile; existe nível elevado extrema pobreza, Brasil e Colômbia a taxa de analfabetismo não é desprezível, Brasil e Colômbia; e conta com indicador alto de homicídios, Brasil e México. Solicita a realização de mais estudos dessa natureza, no propósito de subsidiar políticas de desenvolvimento que venham reduzir a desigualdade socioeconômica.
O sexto artigo “Região de fronteira terrestre Brasil – Argentina: uma contribuição ao debate sobre desenvolvimento regional, de autoria de Rosa de Barros F. de Almeida busca apontar as ações que estão sendo desenvolvidas em 82 municípios, situados na região de fronteira do estado de Santa Catarina com a Argentina. Recorre a fontes bibliográficas que tratam do tema, bem como de informações obtidas na Secretaria de Planejamento do Governo do Estado de Santa Catarina. Os resultados apontam que o Núcleo Estadual da Região da Faixa de Fronteira vem desenvolvendo ações na região com registros de melhorias na área de infraestrutura, na segurança, na educação, na saúde, no turismo e em atividades econômicas, no agronegócio. Ressalta-se a importância da presença do Estado na região, como instância promotora do desenvolvimento.
O sétimo e último artigo “Ações de internacionalização das atividades das universidades catarinenses: um ensaio introdutório” de autoria de Paola Azevedo, Daniela Lemos, Dimas Estevam, Tatiana Veiga, Bruna Furnaletto, Liana Sonza, Gustavo Soares, Maria Elizabeth C. Gama, Jani Floriano e Thais Cristina da Rocha tem como intuito apresentar as ações e resultados alcançados no processo de internacionalização das universidades catarinense: UFSC, UDESC, FURB, UNIVALI, UDESC, UNIVILLE e UNOCHAPECÓ. Utiliza de roteiro de pesquisa para coleta das informações pelos autores das universidades que estão vinculados. Os resultados apontam que todas as universidades criaram estrutura organizacional para levar adiante a política de internacionalização. As atividades desenvolvidas ocorrem com temporalidade distinta, algumas já com ações por várias décadas. Em todas universidades as ações apresentam-se diversificadas, em crescimento com resultados positivos.
Desejamos boa leitura a todos!!
Florianópolis, 11 de setembro de 2021
Silvio Antonio Ferraz Cario
Alcides Goulart Filho
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