A inserção externa da indústria brasileira e catarinense entre 1994 e 2017
DOI:
https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v4.n2.92Palavras-chave:
Estruturalismo, Crescimento, Desenvolvimento, Inserção ExternaResumo
Na tradição estruturalista latino-americana o desenvolvimento econômico deve ser fruto do avanço da estrutura produtiva e tecnológica dos países periféricos, permitindo melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos. À luz da teoria estruturalista cepalina, o trabalho analisa a trajetória da indústria brasileira e catarinense a partir dos resultados do saldo comercial das manufaturas classificadas conforme seu coeficiente tecnológico nas décadas de 1990 e 2020. O objetivo é apontar0 setores tecnológicos que apresentam alguma capacidade de concorrer pelo mercado mundial de produtos manufaturados. Os resultados apontam que, apesar do processo de desindustrialização da economia brasileira, o crescimento econômico no Brasil e no Estado de Santa Catarina foram acompanhados de uma melhoria na inserção internacional industrial até a primeira metade dos anos 2000, especialmente no setor de média intensidade tecnológica. Fora os momentos de recessão econômica, entre 2015 e 2017, os resultados dos saldos comerciais de manufaturas mostram um déficit crescente, nas mais intensas em tecnologia. Os resultados apontam que, apesar da dificuldade estrutural, alguns setores de média intensidade tecnológica se mostraram competitivos, em um período específico da história recente do país
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