Apresentação
DOI:
https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v5.n1.112Palavras-chave:
ApresentaçãoResumo
É com imensa satisfação que apresentamos à comunidade acadêmica mais um número da Revista Catarinense de Economia (RCE). O volume é composto por sete artigos que abordam temas diversos relacionados às esferas estadual, regional, nacional e mesmo internacional da economia. No último semestre, a RCE passou por uma remodelação: está com novo visual, tem depósito de DOI em todos os artigos, possui novos indexadores e conta com o sistema V Libras de acessibilidade. Além disso, a RCE está listada no sistema Qualis e segue as recomendações de boas práticas editoriais da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC).
Nesta edição, no primeiro artigo, “Diálogo social e neoliberalismo: um estudo comparado da origem dos Conselhos Econômicos e Sociais na Espanha, em Portugal e no Brasil”, André Pereira Carneiro e Thiago Fontelas Rosado Gambi discutem a formação dos Conselhos Econômicos e Sociais nos referidos países, a fim de comparar suas experiências, identificar elementos comuns e compreender melhor a promoção do diálogo social nesse tipo de arranjo institucional. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, os autores apresentam análises de natureza qualitativa para cada um dos casos estudados e avaliações de caráter histórico e comparado de suas origens e funcionamento inicial. O estudo aponta que, apesar das diferenças em cada caso, a reconstituição da origem dos referidos conselhos revela a tentativa comum de estabelecer um diálogo social, mas também a necessidade dos respectivos governos de legitimar a adoção de políticas econômicas neoliberais.
O segundo artigo, intitulado “Crise econômico-financeira mundial de 2008: contexto e efeitos sobre o setor da construção civil no Brasil (2003-2011)”, de autoria de Juliano Vargas e Marcus Elany Gomes de Oliveira, apresenta uma investigação acerca da atuação do Estado na contenção de efeitos da crise econômico-financeira mundial de 2008, especificamente sobre o setor da construção civil, contextualizado os períodos pré e pós-crise. O objetivo central do estudo é compreender o panorama no qual a crise surgiu, sua amplitude e as políticas públicas instituídas para minimizar seus efeitos no setor da construção civil. Os resultados apontam que a construção civil esteve entre os setores mais afetados pela crise, no entanto, a implementação pelo Estado de um conjunto de políticas públicas voltadas para o setor foram fundamentais para sua recuperação e impulsionamento nos anos seguintes à eclosão da crise.
No terceiro artigo, “Economia catarinense no cenário da pandemia: perspectivas, oportunidades e evidências do ano de 2020”, Gueibi Peres Souza busca identificar os principais impactos da pandemia do Coronavírus e do programa de auxílio emergencial do governo federal na economia catarinense. Os resultados indicam a necessidade de ampliação de políticas de gastos governamentais e de crédito, visando torná-las mais universalistas e com caráter desenvolvimentista mais ostensivo do que as medidas adotadas, verificadas insuficientes.
O quarto artigo, de autoria de Marieli Vieira e Yasmine Candida da Mata Mendonça, intitulado “Desmatamento da Mata Atlântica paranaense: análise espacial para o período 2014 e 2019”, é uma investigação acerca da existência de autocorrelação espacial entre o remanescente de Mata Atlântica e as atividades agropecuárias nos municípios do estado do Paraná, que ocupa a terceira posição no ranking de estados com maior nível de desmatamento. O estudo aponta que a redução da área remanescente no período analisado (aumento do desmatamento) ocorreu com maior predominância nos municípios das mesorregiões Metropolitana de Curitiba, Sudeste e Centro Sul Paranaense. A indicação do avanço do desmatamento nessas regiões acende um sinal de alerta.
No quinto artigo, “Entrada em mercados estrangeiros: análise de viabilidade de uma pequena empresa do setor da construção civil”, Ilda Cristina Vasquez, Caroline Goncalves e Fernando Thiago analisam a viabilidade de uma empresa do setor da construção civil para ingressar no mercado estrangeiro. Os resultados apontaram, por meio da avaliação comparativa dos principais modelos de internacionalização de empresas, o modelo mais adequado para o caso analisado.
No sexto artigo, intitulado “Resultados do Plano Nacional de Aviação Civil (PNAC) em Santa Catarina (2009 a 2015)”, o autor Walter Arthur Fensterseifer Antunes analisa os efeitos da Política Nacional de Aviação Civil (PNAC) em Santa Catarina, buscando compreender seus impactos sobre o transporte aéreo comercial no estado e sobre a economia catarinense de forma mais ampla. Os resultados apontam que a PNAC permitiu grandes melhorias estruturais nos aeroportos, tornando-os mais bem preparados para atender as demandas.
O sétimo texto, “Apontamentos teóricos acerca da existência de uma etapa feudal: um olhar para três interpretações do Brasil”, de Ana Paula Klaumann, constitui-se uma análise do debate teórico, a partir das contribuições de autores ligados ao marxismo oficial e dos intérpretes do Brasil, Caio Prado Júnior e Raymundo Faoro, acerca da possível existência de um modo de produção feudal no país. O estudo aponta que, ainda que tenham partido de argumentos e matrizes teóricas distintas, os autores Caio Prado Júnior e Raymundo Faoro contribuem para o debate, contestando a ideia acerca da existência de uma etapa feudal no Brasil, opondo-se aos argumentos apontados pelos representantes do marxismo oficial.
A RCE também inaugura neste número a sessão “Clássicos da Economia Catarinense”, que reúne textos relevantes, que contribuíram para o debate sobre a economia catarinense ou que serviram de base para a formulação de políticas econômicas voltadas ao desenvolvimento da economia catarinense. Iniciamos com o texto de abertura do intitulado “Documento Básico”, escrito por Celso Ramos. O Documento é resultado do Seminário Socioeconômico, organizado pela FIESC, realizado em Florianópolis em dezembro de 1960. O texto final serviu de plataforma para a elaboração do Plano de Metas do Governo (PLAMEG), 1961-1965, um marco na história do planejamento em Santa Catarina.
Desejamos uma boa leitura!
Alcides Goularti Filho
Fábio Farias de Moraes
Liara Darabas Ronzani
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