DESIGUALDADE DE GÊNERO E MERCADO DE TRABALHO EM SANTA CATARINA NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.54805/RCE.2527-1180.v6.n2.140Palavras-chave:
Desigualdade de gênero, Mercado de trabalho, Economia catarinenseResumo
A desigualdade entre mulheres e homens sempre esteve presente em todas as esferas da sociedade, mas a crise econômica sanitária produzida pela pandemia de COVID-19 alavancou essa problemática, expondo as mulheres a um sistema de dupla jornada infindável nos lares brasileiros. O fato de a mulher ser a principal responsável pela manutenção do maior sistema econômico do mundo (capitalismo) deveria torná-la centro desse sistema, com garantias civis e econômicas estritamente definidas, mas o que acontece é o oposto: o mainstream econômico subjuga a mulher a posições inferiores, produzindo e reproduzindo condições de subalternidade em razão de sua necessária dedicação à reprodução e aos cuidados que a permeiam. De encontro a essas concepções se insere a Economia Feminista, principal responsável pelas críticas à ortodoxia econômica e à divisão sexual do trabalho. É nesse contexto que este artigo se insere, perpassando um recorte pelo estado catarinense que possui alguns dos melhores indicadores socioeconômicos do Brasil. Compreender em qual espaço econômico a mulher catarinense está inserida e quais as configurações do mercado de trabalho catarinense para homens e mulheres é o principal objetivo desta pesquisa. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua é a principal fonte de dados do estudo, considerando um panorama pré e pós-pandêmico que afetou sobremaneira as mulheres. Os principais achados não são novidade: embora o estado esteja entre os melhores em qualidade de vida do país, as catarinenses enfrentam os mesmos problemas de outras brasileiras: salários desiguais, profissões estereotipadas, maior taxa de desocupação, menor ocupação de espaços de decisão e sobrecarga de afazeres domésticos. Enquanto isso, são mais escolarizadas que os homens, são maioria em idade para trabalhar e possuem a melhor taxa de ocupação nacional. Isso mostra que os problemas enfrentados pelas mulheres são quase que universais, atribuídos pelo fato de nascer e de ser mulher, de sustentar todo um sistema econômico que a relega ao espaço privado do lar.
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